sexta-feira, setembro 30, 2011

Carta ao Vitor!

Acabei de ler a crônica “Carta ao Rafael, no livro “Feliz por nada”, da Martha Medeiros. Como a maioria dos textos que ela escreve, esse me conquistou e me fez querer ler para o Vitor. E postei aqui, trocando “Rafa” por “Vitor”, para o meu pequeno.

Carta ao Vitor

Bem-vindo, Vitor. O mundo é legal, desde que a gente saiba lidar com suas contradições. Tem muita beleza e miséria, dias de sol e temporal, pessoas que dizem sim e que dizem não, e muitos gremistas e colorados infiltrados dentro da tua família. Mesmo assim, não pense que você vai ter opção. Não se deixe enganar pelas roupinhas azuis, essa não será sua cor preferida.

Desde que você saiu da barriga, está escutando votos de saúde e felicidade (mesmo que, por enquanto, tudo não passe de um barulho incompreensível e que você já esteja com saudade do silêncio uterino). Pois saiba que são votos clichês, mas os clichês são sábios: saúde e felicidade é tudo o que você precisa nessa vida. Só que tem que dar uma mãozinha.

Então, pratique esportes, se alimente bem e não fume: a saúde já estará 50% garantida, o resto é sorte. Quanto à felicidade, o jeito é tentar fazer boas escolhas. Como fazê-las? Ninguém sabe ao certo, mas ser íntegro e não se deixar levar por vaidades e preconceitos promove uma certa paz de espírito. Ser feliz não é muito difícil, basta não ficar obcecado com esse assunto e tratar de viver. Quem pensa demais, não vive.

Não brigue muito com seu irmão, ele será seu melhor amigo, mesmo que você não acredite nisso quando ele não quiser emprestar alguns brinquedos – o carro dele, por exemplo.

Você vai ser louco, apaixonado, babão por sua mãe. É natural. Mas não deixe que suas namoradas percebam.

Cada vez mais o dinheiro controla os desejos. É importante ganhá-lo, porque sem independência não somos donos de nós mesmos, mas para ganhá-lo você não precisa perder nada: nem escrúpulos, nem caráter, ou você estará se deixando comprar. Não se deixe controlar por ele. Pelo dinheiro, digo, porque pelos desejos você não só pode como deve se render. Mas não seja um heartbreaker profissional, a mulher da sua vida pode lhe escapar das mãos.

Ia esquecendo: estude inglês.

Uma vida sem arte é uma vida árida, sem transcendência, um convite à mediocridade. Então desfrute de muita música e cinema, e quando suas garotas tentarem lhe arrastar para um teatro, vá sem reclamar, há 30% de chance de você gostar. Importante: se alguém disser que ler é chato, mande se entender comigo.

Tédio é para os sem inspiração. O mundo oferece estradas, passeatas, eleições, aeroportos, ondas, montanhas, campeonatos, vestibulares, desafios, churrascos, festivais, feriadões, roubadas, gargalhadas, madrugadas e declarações de amor.

É assim mesmo, tudo misturado e barulhento. A saudade do silêncio uterino vai lhe surpreender muitas outras vezes. Busque esse silêncio dentro de você.

Então é isso, Vitor, seja corajoso e grato: nascer é um privilégio concedido a poucos, ainda que sejamos bilhões. Não desperdice a chance e esteja consciente de duas coisas: que sem alegria não vale a pena, e que Vitão é um apelido do qual você não escapa.

domingo, setembro 18, 2011

Eu quero ser uma mãe que...



...consiga acalmar qualquer medo, a qualquer hora, em qualquer circunstância;

...conheça o filho pelo olhar;

...tenha o abraço mais gostoso;

...entenda o que meu filho deseja, em qualquer idade;

... seja a mais lembrada quando meu filho precisar desabafar;

...ele venha correndo contar uma grande conquista;

...ele não tenha medo de contar sempre a verdade;

...seja amiga;

....faça meu filho ter prazer por me ter por perto;

...que quando ele pensar em um exemplo de vida, que lembre de mim;

...faça a comida com um gostinho que ele vai gostar e lembrar pra sempre;

...se torne uma boa sogra;

...e depois uma boa avó;

...que meu filho lembre das comemorações felizes em família e não apenas dos bons presentes que ele vai receber;

...vai sentar na mesa e fazer os temas com ele;

...vai estar na primeira fila da formatura da creche, da escola, da faculdade e da vida;

...seja engraçada e faça meu filho rir, desde as coisas mais simples da vida até as mais complicadas;

...vai chorar junto quando ele tiver a primeira decepção amorosa;

...vai comemorar quando o time dele ganhar, mesmo torcendo para o outro;

...não vai passar a mão na cabeça quando ele fizer besteira;

...vai saber dizer sim e não;

... não vai medir esforços e vai fazer de tudo para ser uma boa mãe.

sexta-feira, setembro 16, 2011

Eu te amo!

Uma mãe que adora ler e se depara com um texto desses, faz questão de reproduzi-lo.
Um dos textos mais legais que já li em toda a minha vida. E a mais pura verdade.
É muito bom dizer para o meu filho "Eu te amo"...e assim vai ser durante toda a nossa vida.

Segue o texto da Denise Fraga, publicado na edição de setembro da Revista Crescer. Vale a pena ler:

Eu te amo

“Como meu pai gostava de mim!” Foi o que um amigo nosso falou certa vez, revelando-se surpreso com o tamanho do amor que sentia pelo filho. Só agora ele entendia. “Então era isso?! Era então isso que meu pai sentia e que o fazia fazer todas aquelas coisas?!”

Costumamos dizer aqui em casa que é um amor que dói. Dói. Dói de tamanho. Dói de tanta felicidade. Aquela que faz bater seu coração só por ter a mãozinha dele em seu pescoço e aquela outra, imensurável, a felicidade que você quer que ele tenha na vida. É um amor muito grande e uma experiência da qual só se tem ideia vivendo. Por mais que você tenha ouvido falar do tal “amor de mãe”, é só quando ele te assusta pelo tamanho que você realmente o compreende. E, como um seresteiro apaixonado debaixo da janela, desata a fazer declarações de amor ao seu filho. “Eu te amo.” Acho que se alguém nunca disse isso na vida, ou costuma se constranger ao falar frase tão batida, parou pelo menos no “eu t...” por puro impulso provocado por um pequeno. É muito bom falar “eu te amo”.

Pra quem fala e pra quem ouve. Já falei milhões de vezes nesses 14 anos. Nossos filhos aprenderam conosco a falar e também vão muito bem nas três palavrinhas, mas sei que só entenderão realmente o que estamos dizendo quando sentirem a quentura das mãozinhas dos seus. Amor de pai e mãe tem em sua essência a via única, a felicidade com o bem do outro, o querer que o outro tenha o que houver de mais precioso sem que necessariamente tenha que dividir comigo. São os filhos que nos dão o real sentido do amor. Ele transborda em nós e nos faz falar sobre ele a toda hora. Mas a delícia das palavrinhas acaba nos fazendo até abusar da sua preciosidade. “Beijo, te amo, tchau.” Se não tomamos cuidado, acabamos colocando o “eu te amo” na prateleira do “boa noite”, “tchau” e companhia. Não que todos não venham recheados de amor, mas, apesar de ser muito bom falar o “eu te amo”, para que seja ouvido, ele não pode virar figurinha fácil do mercado. Como tudo na vida, quando é demais, ou enjoa ou não é mais percebido. Fazemos parte de uma geração de pais deslumbrados com a paternidade. Tivemos filhos mais velhos e, na maioria das vezes, por escolha. Mas sinto que precisamos ter cuidado pra não onerar nossos pequenos com tanto amor. Mesmo assim, vou derramando numerosos “eu te amos” por aqui. Crio até algumas variantes pra incrementar: “Sou tão feliz por ser sua mãe!” Ou: “Quando eu brincava de boneca, não podia imaginar que ia ter filhos tão legais”. Mas bem sei que palavras não são exatas declarações de amor. Declaração de amor é quando eles percebem a minha brilhante felicidade na companhia deles, minha alegria com a sua felicidade. Declaração de amor é um momento, uma risada, um olhar que seja, que nos inunda de cumplicidade. Aí pode vir o silêncio, que tudo estará dito.
Eu te amo.

segunda-feira, setembro 12, 2011

Nosso primeiro mês!


Hoje, dia 8 de setembro, faz um mês que o Vitor nasceu. O presente mais lindo que Deus podia me dar na vida. De lá prá cá, tudo mudou. Meu sono agora é o mais leve do mundo, não tenho mais hora para nada (só a certeza que a cada 3 horas é o tempo da mamada), durmo quando ele dorme, como quando ele não tá precisando dos meus cuidados e tomo banho com um olho no sabonete e outro no carrinho. E sabe o que é mais engraçado? Tudo isso é maravilhoso. A cada dia nós nos conhecemos mais, aprendemos um com o outro, nos reconhecemos um no outro...e criamos um laço que só quem já passou por isso sabe explicar. É mágico!

Ter um filho mexe muito com a vida da gente. Nos faz refletir mais sobre as decisões, ter mais paciência (ou melhor, muita paciência) e amar de um jeito inexplicável. A rotina da troca de fraldas, das mamadas, do banho, das cólicas (ai as cólicas...), da tradução dos choros...tudo isso é sim cansativo, não tem como negar. Mas sentir o calor do meu filho no meu peito, a calma que ele fica com o meu toque e o olhinho dele dentro do meu, não tem preço e faz todo o cansaço passar.

Eu não me canso de olhar, de cheirar, de beijar, de mimar. É muito especial tudo isso. E muito louco. Me sinto uma leoa, sabe? Uma leoa que vive zelando pelo seu filhote e que quer manter tudo que há de perigoso bem longe dele. Eu já sinto saudade dos primeiros dias e já me imagino a alguns anos, sentindo saudade do nosso primeiro mês.