terça-feira, agosto 14, 2012

Uma cartinha especial para o papai!


O Vitor entregou essa cartinha para o papai Rafa, no Dia dos Pais. 

Papai,

Ainda não sei falar nem escrever, mas conversei do meu jeito com a mamãe e pedi pra ela te escrever.
Nossa história começou quando eu ainda nem existia de verdade, eu sei. Começou quando tu sonhou em ter um garotão e já chamava pelo teu Vitão. Então, tu colocou a sementinha lá na barriga da mamãe e, eu sei papai, que desde o início  tu tinha certeza que era eu que estava ali dentro. Eu vibrava quando escutava tua voz e ficava imaginando como era o teu rosto.

Então, naquela noite de chuva e trovões, teu guri nasceu. Cheguei brabo que nem meu pai, arrancando meus cabelos e abrindo o berreiro. O teu sorriso bobo me olhando enquanto eu tava ali, paradinho, eu lembro todos os dias antes de dormir. Não conheço muitos, mas posso te garantir que pra mim, é o sorriso mais sincero que já vi e vou ver em toda minha vida. Me lembro do teu cuidado ao me dar banho e ao trocar minhas roupinhas, além de sentir teu carinho me vendo dormir.

Eu fui crescendo né papai, ganhei minhas primeiras camisetas do Colorado e comecei a sentar e depois engatinhar. Hoje, eu sei caminhar, já sei te chamar e adoro brincar contigo. Papai, não fica com ciúmes não, mas eu sou um pouco grudado na mamãe, mas é só por enquanto. Depois, pode crer que vou ser teu amigão para ir no Beira Rio, cantar com o nosso Inter, colocando a mão pra frente e torcendo muito. Tô aprendendo já né papai? Tu que me ensinou!

Eu sou comilão que nem tu, observo tudo como tu, sou lindo e cheiroso como tu e quero muito ser que nem tu quando crescer. Papai, quero ser sempre teu melhor amigo, dar boas risadas contigo e tá, eu sei, que ainda vou levar muitas broncas. Mas como tudo que tu faz, eu sei que vai ser pro meu bem.
Eu poderia ficar te escrevendo tanta coisa aqui, mas a intenção de hoje era escrever prá dizer que eu sou muito feliz de ser teu filho. Tu é o melhor pai do mundo!

Feliz Dia dos Pais! Te amo muito. Do teu Vitão.

quinta-feira, agosto 09, 2012

O 1º aninho!


Esse textinho eu escrevi para comemorar com os convidados da festa o 1 aninho do Vitor. Como eu amei, divido com todo mundo agora. 

O 1º aninho!

No dia 8 de agosto de 2011, nasceu junto com o Vitor um montão de coisas boas. Nasceu uma família, um pai e uma mãe. Nasceu um montão de sonhos, de descobertas e de sentimentos.

O amor por um filho, tão falado por quem já tem, existe mesmo. E ele nasce junto com o bebê, quando escutamos o primeiro chorinho. É incrível! Confesso que a ficha demora um pouco para cair e nos fez ficar algumas noites em claro, só olhando aquele rostinho tão pequeno dormindo. Até hoje ainda nos pegamos fazendo isso. E claro que, como todos os pais bobos e de primeira viagem, chegamos bem pertinho daquele nariz tão pequeno para ter certeza que ele estava respirando.

O Vitor chegou para encher nossa vida de alegria, de amor, de amizade e de ainda mais respeito. Cada dia, desde que ele nasceu, guardamos na memória e no coração cada primeira vez. O primeiro sorriso, a primeira febre, a primeira vez que ele ficou sentadinho, o primeiro tombo, quando ele engatinhou, quando aprendeu a chamar a “mamã” e o “papa”, quando provou o primeiro feijão (e amou!) e quando deu os primeiros passinhos. É tanta coisa, que só de lembrar nos pegamos sorrindo sozinhos.

Temos um anjo, de cabelos cacheados, olhos expressivos, cílios viradinhos e da cor do pecado, que acorda todos os dias dentro da nossa casa. Uma criança abençoada, muito amada e, claro, bem levada.

Comemorar um ano do Vitor é realmente emocionante. É um marco para entrar na nossa história, para comemorar cada vitória e para nos mostrar o quanto somos felizes em dividir essa história linda com cada um de vocês que está aqui. Fiquem sempre bem pertinho da gente, torcendo para todos os nossos sonhos se realizarem e mandando boas energias. Cada um tem um espaço reservado no nosso coração.


domingo, agosto 05, 2012

Nossa melhor mistura!

Eu tive no último sábado (04/08) uma das manhãs mais interessantes da minha vida. Nunca tive o dom de ser uma observadora, o que me faz muitas vezes parecer meio fora do ar. Isso não me incomoda, não faz parte do meu jeito, mas confesso que nesse dia, as pessoas ao meu redor me fizeram perceber mais as coisas.


Peguei o Vitor para ir à pracinha e deixar o Rafa dormir um pouco. Fomos para a Praça da Encol. Ao chegar lá, notei que chamamos atenção. E não era porque tinha um bebê, pois naquela hora, a praça estava cheia de crianças. Não entendi bem e logo fui levar o Vitor para o balanço. Ele foi até lá caminhando, sem segurar minha mão. Antes de chegarmos ao brinquedo, um jovem pai me parou e perguntou quantos anos ele tinha. Falei, orgulhosa, que ele está prestes a fazer um aninho. Na hora, o pai ficou cabisbaixo e resmungou: “o meu (apontando para um carrinho que mais parecia uma nave, com uma babá ao lado) tem 11 meses e começou a engatinhar bem mesmo só ontem.” Eu fiquei meio sem graça e disse que cada bebê tem seu tempo e que logo logo o dele ia dar os primeiros passos. E pra finalizar ainda aconselhei a levar o bebê para a escolinha, que contribui muito para o desenvolvimento.

As pessoas continuavam nos olhando com um ar diferente que eu não tava conseguindo entender. Pude notar que a maioria era gente com grana e outros aspirantes, alguns metidos a besta. Como eu nunca tive problema em me adaptar a algum tipo de lugar e muito menos me fazer do que não sou, continuei curtindo essa experiência ótima que é estar com um filho numa pracinha. Então sentei em torno da areia do escorregador e o Vitor ficou ali brincando com algumas crianças e dividindo os brinquedos. E as pessoas espantadas como ele caminha bem, como ele é grande, como ele interage com os outros e também como ele estava se divertindo.

Ao meu lado, estava sentada uma mulher, com cabelos bem cacheados e a pele negra clara. Junto com ela, uma menininha loira, de olhos claros, que mais parecia uma boneca. Começamos a conversar e ela me comentou que tem um menino de 1 ano e 2 meses que ainda não caminhava (sim, sempre o mesmo assunto). E nisso, engatamos um papo. Eu notei que ela queria me perguntar alguma coisa e não sabia como, mas ela não se agüentou e logo disse, meio sem graça: “Ele é mesmo teu filho ou é adotado?”. Desde que decidi ter um filho com um homem negro sabia que um dia, isso poderia acontecer, era só uma questão de tempo. Então eu dei uma risada, passei a mão na cabeça do meu filho e disse cheia de alegria que sim, ele é meu filho sim. E que o pai dele é negro, por isso ele tem essa cor linda. Nessa hora, vi que todas as mães que estavam na minha volta meio que prestaram atenção no assunto. Acho que muitas delas estavam loucas para entender a nossa diferença de cor. E olha que o Vitor nem é tão negão! A moça que falava comigo deixa os filhos dela em casa para cuidar da filha dos patrões. Fiquei um pouco sem graça, mas disse que temos que batalhar por eles, não tem jeito mesmo.

Foi uma manhã engraçada. Dá pra notar que quem tem grana, não faz questão de mostrar e que, a maioria, é super simples. Agora o pior são os aspirantes, principalmente as mulheres, que querem se exibir a todo o momento. E no meio delas, lá estava eu. O principal troféu pra mim não é meu saldo bancário, a marca do meu carro, da minha bolsa, do meu celular. Mesmo se fosse ultrasuper positivo, o carro dos sonhos, a bolsa mais linda e o celular mais da hora, nada disso ganharia do prazer de ver meu filho ali, conquistando o espaço dele, chamando a atenção por fazer tantas coisas que, além de me encantar, também surpreendia os outros.

Eu não me ofendi com a pergunta da mulher, admirei ela por ter coragem de perguntar. Minha vontade era de ter falado mais. Meu filho é uma mistura de tanta coisa boa. Ele foi tão sonhado, feito com muito amor, esperado com carinho. Ele é criado sem frescuras e com muita atenção. Ele é espontâneo, ele fala com um olhar e tem uns cílios de babar. Ele tem o cabelo enrolado e o nariz um pouco achatado. O pai dele é negro, como um chocolate bem gostoso. A mãe, branquinha como um leite. Ele? É da cor de um Nescau, de um cajuzinho...é o nosso bombonzinho. O Vitor é da cor do futuro do Brasil.