terça-feira, novembro 15, 2011

O egoísmo de ser mãe


É isso mesmo. Quando nasce um filho, nosso lado egoísta aflora. E com o passar do tempo, cresce casa vez mais. Se tornar mãe é se tornar uma pessoa egoísta. Claro, no melhor sentido da palavra (se é que existe). Mas é bem assim.

Desde que meu filho nasceu, eu quis cuidar dele sem a ajuda de ninguém. Eu, ele e o papai. E assim estamos até hoje e, modéstia parte, nos saindo muito bem. Mas o “grosso” mesmo fica com a mãe. E daí que aparece o tal egoísmo. A gente acha que só nós sabemos o significado de cada choro e que só nós sabemos fazer ele parar de chorar. E quando ele tá com sono e só o nosso colo que ele se aconchega? E ainda por cima agarra a nossa mão com as duas mãozinhas, bem firme? E a troca de fraldas, que é uma coisa tão simples? Ah, nós, mães, sabemos fazer melhor, é claro.

Acho que isso está relacionado com a amamentação. Depois que passa a fase da “adaptação”, é só alegria. Sou eu e ele. Só nós dois. Nada é melhor do que esse momento. Aquele rostinho tão lindo, olhando dentro dos meus olhos...como não ser egoísta meu Deus?

Falando em adaptação, na próxima segunda-feira começa a adaptação no berçário. Só eu sei o quanto está sendo difícil isso pra mim. Só de pensar, já choro. Eu amo minha profissão, adoro meu trabalho...mas nenhum amor no mundo é maior do que o que eu sinto pelo Vitor. Eu sei que a vida tem que voltar ao normal, eu sei também que os filhos são do mundo. Mas 3 meses, é muito pouco tempo para eu me separar dele. Sim, porque quando ele completar 4, já estaremos na nova rotina. Vai ser muito mais difícil pra mim do que pra ele, eu sei. E já tá doendo. Muito.

E o tal egoísmo também entra nessa história da creche. Como alguém vai cuidar do MEU filho? Como vão saber o que ele gosta? Como ele gosta de dormir? O que significa cada chorinho? E mais...é a “profe” que vai conviver com ele nos melhores momentos. Ela que vai dividir com ele muitas descobertas. Eu vou ter que parar de escrever, senão não vou parar de chorar.

quarta-feira, outubro 26, 2011

Dicas para mamães de primeira viagem


Na internet, o que mais encontramos são listas de enxovais do que não pode faltar para o bebê. E elas são sim muito úteis. Porém, enquanto eu estava grávida, não encontrei nenhuma lista útil para o dia-a-dia, itens que toda mãe (de primeira viagem ou não), tem que ter em casa.

Conchas de amamentação: sei que tem vários tipos e cada uma dela ajuda em alguma coisa. A que eu comprei é a anti-empedramento da Promillus. Elas são boas para o leite não vazar, principalmente enquanto o nenê mama, pois o outro peito fica jorrando leite. Também ajudam o seio a não grudar no sutiã e, com isso, não machuca o bico. São meio carinhas (acho que uns R$ 40), mas vale muito a pena.

Rede para banheira: só com essa rede que eu tive coragem de dar banho no Vitor. E isso, depois dos 2 meses. Elas são ótimas porque não corremos o risco do nenê cair dentro da banheira e dá um super apoio para o braço.

Fraldas de pano: e aí também entra fraldinhas de boca, toalhinhas, etc. A maioria dos bebês tem refluxo e ter sempre uma fraldinha por perto é obrigatório. Deixar uma sempre perto na hora do mamá e depois, na hora de arrotar, fazer de babador. Salva de vários “banhos de vômitos”. E ter muitas não é exagero, porque o ideal é colocar pra lavar depois de cada “usada”.

Móbile pro berço: é um grande aliado para alguns minutos de descanso, além de fazer super bem pro desenvolvimento do bebê. O Vitor é louco pelos bichinhos pendurados e, nos dias mais inspirados, passa bons minutos entretido com eles.

Trocador de fraldas: a bancada para trocar é mais do que essencial. Ali em cima eu troco fraldas, roupas e coloco a banheira. O meu fica em cima do berço, encaixado.

Funchicórea: é o verdadeiro santo remédio. Da época de nossas bisavós, o pozinho acalma o bebê como um passe de mágica. É só colocar um pouquinho na chupeta (que é outro item obrigatório pra mim), que o choro acalma. Só não sei se é pelo efeito ou pelo gostinho doce. E não faz mal, dizem. E eu acredito.

Vou pensar em mais algumas coisas legais sobre os primeiros meses como mamãe e daí escrevo mais!

domingo, outubro 09, 2011

Filhos são do mundo (José Saramago)

Acabei de ler esse texto do José Saramago e A-M-E-I!!!


Filhos são do mundo (José Saramago)

Devemos criar os filhos para o mundo. Torná-los autônomos, libertos, até de nossas ordens. A partir de certa idade, só valem conselhos.

Especialistas ensinaram-nos a acreditar que só esta postura torna adulto aquele bebê que um dia levamos na barriga.

E a maioria de nós pais acredita e tenta fazer isso. O que não nos impede de sofrer quando fazem escolhas diferentes daquelas que gostaríamos ou quando eles próprios sofrem pelas escolhas que recomendamos.

Então, filho é um ser que nos emprestaram para um curso intensivo de como amar alguém além de nós mesmos, de como mudar nossos piores defeitos para darmos os melhores exemplos e de aprendermos a ter coragem. Isto mesmo!

Ser pai ou mãe é o maior ato de coragem que alguém pode ter, porque é se expor a todo tipo de dor, principalmente da incerteza de estar agindo corretamente e do medo de perder algo tão amado.

Perder? Como? Não é nosso, recordam-se? Foi apenas um empréstimo!

Então, de quem são nossos filhos? Eu acredito que são de Deus, mas com respeito aos ateus digamos que são deles próprios, donos de suas vidas, porém, um tempo precisaram ser dependentes dos pais para crescerem, biológica, sociológica, psicológica e emocionalmente.

E o meu sentimento, a minha dedicação, o meu investimento? Não deveriam retornar em sorrisos, orgulho, netos e amparo na velhice?

Pensar assim é entender os filhos como nossos e eles, não se esqueçam, são domundo!

Volto para casa ao fim do plantão,início de férias, mais tempo para os fllhos, olho meus pequenos pimpolhos e penso como seria bom se não fossem apenas empréstimo! Mas é. Eles são do mundo. O problema é que meu coração já é deles. Santo anjo do Senhor...

É a mais concreta realidade. Só resta a nós, mães e pais, rezar e aproveitar todos os momentos possíveis ao lado das nossas 'crias', que mesmo sendo 'emprestadas' são a maior parte de nós !!!

"A vida é breve, mas cabe nela muito mais do que somos capazes de viver "

José Saramago

sábado, outubro 08, 2011

Nossos 2 meses!


Meu Deus, o tempo passa mesmo rápido. Já se passaram 2 meses que o meu pequeninho chegou por aqui e mudou a minha vida. Hoje, já nos conhecemos bem. E ele também já me reconhece. Não é mais só “mamá”. Agora, sou mesmo a mamãe pra ele. E a melhor parte disso tudo é o sorrisão que ele abre quando a gente conversa, quando a gente se olha ou simplesmente quando ele acorda.

É incrível como um sorriso de um bebê enche a casa, enche o coração e enche a vida de alegria. Já nos comunicamos. Ele já me entende. E eu também entendo o que ele quer.

Tem o choro do sono, o choro da fome e o choro da dor. E não tem o choro de fralda suja, porque ele não tem frescura. A mamãe que decide e sabe a hora que tem que trocar.

Ele já ensaia as primeiras “palavras” e repete o “agu” com uma vontade de se expressar...que não sei a quem puxou...Ele também já presta atenção nas fotos coloridas dos livrinhos que ele ganhou da tia Mel. Ele se diverte com o móbile que tem os amigos dele. E solta gritinho pra nos avisar quando a música acabou.

Eu já tô sofrendo só de pensar que daqui a exatos dois meses, vamos ter a nossa primeira “separação”. E a partir daí, começa uma nova fase. Mas eu prometi que não vou sofrer, ainda mais com antecedência. Vou é aproveitar nossos próximos 2 meses bem juntinhos.

quarta-feira, outubro 05, 2011

Outras verdades de ser mãe...

Que ser mãe é a melhor coisa do mundo, um amor inexplicável e blá blá blá, todo mundo já sabe. E hoje eu resolvi escrever sobre um lado do “ser mãe” que muita gente não sabe (e acho que só quem é mãe sabe mesmo).

Mas como tudo na vida, eu tenho certeza que passa. É uma fase, mas a realidade nos primeiros meses é a seguinte:

Cheiro: aquele cheirinho bem bom de cremes, óleos, desodorantes e tudo mais não vai mais existir. O cheiro que uma mãe passa a ter é de azedo. Sim, o leite vaza toda hora e o nenê, depois de mamar, vomita um pouquinho. E como a mãe que quase sempre tá com ele no colo...

Sono: esse é o mais falado pelos pais de primeira viagem. Sim, aquele sono bem bom, os famosos “mais 5 minutinhos” para levantar e os sonhos de uma noite inteira NÃO EXISTEM MAIS. O que existe é fechar os olhos e abrir a qualquer momento, com qualquer suspiro do nenê. Sem contar as mamadas, que te acordam de 3h em 3h.

Corpo: ah, o nosso corpo. Descobrimos que estamos grávidas e ficamos torcendo pra barriguinha aparecer logo. Daí a barriga cresce, aparece...e se apega. Sim, o nenê nasce e a barriga (e nisso leia-se culotes também) murcha um pouco, mas fica ali. Parece que ela não quer te abandonar, porque sabe que tu vai sentir saudade da barriguinha de grávida...

Lingeries: sabem aquelas calcinhas lindas, de lacinhos, pequeninhas e bonitinhas? Podem deixar elas bem no fundo da gaveta, porque elas não serão usadas pelo menos nos primeiros 2 meses (o período onde me encontro). A gaveta fica recheada de cintas, de calcinhas bejes e enormes, que apertam a alma e um pouco mais. Ah e não posso esquecer dos sutiãs. Bolhas? Tomara que caia? Psss...usamos uns sutiãs que abrem na frente e que ou são bejes, brancos ou de bolinhas. E no começo, na primeira escapada de leite, lavamos e colocamos para secar. Depois, ah, depois seca sozinho e vai prá água pelo menos depois de umas 3 escapadas.

Sexo: o que é isso mesmo? Quando foi a última vez? Sim, nos perguntamos essas coisas. É até um pouco triste e delicado falar sobre isso, mas é a mais pura verdade. O cansaço toma conta do corpo e o que a gente mais quer é ir pra cama...e dormir!

Amamentar: a gente só gosta mesmo de dar mamá depois de uns 20 dias. Porque no começo dói. Dói muito. O meu peito saiu sangue, caiu pedaço. E daí entra o amor. Só com muito amor pra agüentar, porque é uma dor inexplicável. E salve as cascas de mamão. Depois passa. E às vezes volta, mas daí o corpo (e a mente) já estão acostumados e é (quase) só alegria. Ver o rostinho do teu filho ali, tão pertinho, olho no olho, nos faz esquecer tanta dor.

Essas são algumas verdades que nós, mães, passamos no início de tudo. Claro, é um relato da minha experiência, não quer dizer que todas vão passar por isso. Mas tudo vale a pena sim. Não é conversa mole.

Depois de um tempo, a gente não dá mais bola pro “azedinho”, aprendemos a dormir poucas horas e não sentimos tanto sono, comemoramos cada grama perdida na balança, acabamos gostando das calcinhas altas e apertadas, que modelam um pouco o corpo, esperamos pelo dia que vai dar tempo de ficar “a sós” com o papai e amamos quando ele “pede mamá”. Ser mãe é isso. E muito mais.

sexta-feira, setembro 30, 2011

Carta ao Vitor!

Acabei de ler a crônica “Carta ao Rafael, no livro “Feliz por nada”, da Martha Medeiros. Como a maioria dos textos que ela escreve, esse me conquistou e me fez querer ler para o Vitor. E postei aqui, trocando “Rafa” por “Vitor”, para o meu pequeno.

Carta ao Vitor

Bem-vindo, Vitor. O mundo é legal, desde que a gente saiba lidar com suas contradições. Tem muita beleza e miséria, dias de sol e temporal, pessoas que dizem sim e que dizem não, e muitos gremistas e colorados infiltrados dentro da tua família. Mesmo assim, não pense que você vai ter opção. Não se deixe enganar pelas roupinhas azuis, essa não será sua cor preferida.

Desde que você saiu da barriga, está escutando votos de saúde e felicidade (mesmo que, por enquanto, tudo não passe de um barulho incompreensível e que você já esteja com saudade do silêncio uterino). Pois saiba que são votos clichês, mas os clichês são sábios: saúde e felicidade é tudo o que você precisa nessa vida. Só que tem que dar uma mãozinha.

Então, pratique esportes, se alimente bem e não fume: a saúde já estará 50% garantida, o resto é sorte. Quanto à felicidade, o jeito é tentar fazer boas escolhas. Como fazê-las? Ninguém sabe ao certo, mas ser íntegro e não se deixar levar por vaidades e preconceitos promove uma certa paz de espírito. Ser feliz não é muito difícil, basta não ficar obcecado com esse assunto e tratar de viver. Quem pensa demais, não vive.

Não brigue muito com seu irmão, ele será seu melhor amigo, mesmo que você não acredite nisso quando ele não quiser emprestar alguns brinquedos – o carro dele, por exemplo.

Você vai ser louco, apaixonado, babão por sua mãe. É natural. Mas não deixe que suas namoradas percebam.

Cada vez mais o dinheiro controla os desejos. É importante ganhá-lo, porque sem independência não somos donos de nós mesmos, mas para ganhá-lo você não precisa perder nada: nem escrúpulos, nem caráter, ou você estará se deixando comprar. Não se deixe controlar por ele. Pelo dinheiro, digo, porque pelos desejos você não só pode como deve se render. Mas não seja um heartbreaker profissional, a mulher da sua vida pode lhe escapar das mãos.

Ia esquecendo: estude inglês.

Uma vida sem arte é uma vida árida, sem transcendência, um convite à mediocridade. Então desfrute de muita música e cinema, e quando suas garotas tentarem lhe arrastar para um teatro, vá sem reclamar, há 30% de chance de você gostar. Importante: se alguém disser que ler é chato, mande se entender comigo.

Tédio é para os sem inspiração. O mundo oferece estradas, passeatas, eleições, aeroportos, ondas, montanhas, campeonatos, vestibulares, desafios, churrascos, festivais, feriadões, roubadas, gargalhadas, madrugadas e declarações de amor.

É assim mesmo, tudo misturado e barulhento. A saudade do silêncio uterino vai lhe surpreender muitas outras vezes. Busque esse silêncio dentro de você.

Então é isso, Vitor, seja corajoso e grato: nascer é um privilégio concedido a poucos, ainda que sejamos bilhões. Não desperdice a chance e esteja consciente de duas coisas: que sem alegria não vale a pena, e que Vitão é um apelido do qual você não escapa.

domingo, setembro 18, 2011

Eu quero ser uma mãe que...



...consiga acalmar qualquer medo, a qualquer hora, em qualquer circunstância;

...conheça o filho pelo olhar;

...tenha o abraço mais gostoso;

...entenda o que meu filho deseja, em qualquer idade;

... seja a mais lembrada quando meu filho precisar desabafar;

...ele venha correndo contar uma grande conquista;

...ele não tenha medo de contar sempre a verdade;

...seja amiga;

....faça meu filho ter prazer por me ter por perto;

...que quando ele pensar em um exemplo de vida, que lembre de mim;

...faça a comida com um gostinho que ele vai gostar e lembrar pra sempre;

...se torne uma boa sogra;

...e depois uma boa avó;

...que meu filho lembre das comemorações felizes em família e não apenas dos bons presentes que ele vai receber;

...vai sentar na mesa e fazer os temas com ele;

...vai estar na primeira fila da formatura da creche, da escola, da faculdade e da vida;

...seja engraçada e faça meu filho rir, desde as coisas mais simples da vida até as mais complicadas;

...vai chorar junto quando ele tiver a primeira decepção amorosa;

...vai comemorar quando o time dele ganhar, mesmo torcendo para o outro;

...não vai passar a mão na cabeça quando ele fizer besteira;

...vai saber dizer sim e não;

... não vai medir esforços e vai fazer de tudo para ser uma boa mãe.

sexta-feira, setembro 16, 2011

Eu te amo!

Uma mãe que adora ler e se depara com um texto desses, faz questão de reproduzi-lo.
Um dos textos mais legais que já li em toda a minha vida. E a mais pura verdade.
É muito bom dizer para o meu filho "Eu te amo"...e assim vai ser durante toda a nossa vida.

Segue o texto da Denise Fraga, publicado na edição de setembro da Revista Crescer. Vale a pena ler:

Eu te amo

“Como meu pai gostava de mim!” Foi o que um amigo nosso falou certa vez, revelando-se surpreso com o tamanho do amor que sentia pelo filho. Só agora ele entendia. “Então era isso?! Era então isso que meu pai sentia e que o fazia fazer todas aquelas coisas?!”

Costumamos dizer aqui em casa que é um amor que dói. Dói. Dói de tamanho. Dói de tanta felicidade. Aquela que faz bater seu coração só por ter a mãozinha dele em seu pescoço e aquela outra, imensurável, a felicidade que você quer que ele tenha na vida. É um amor muito grande e uma experiência da qual só se tem ideia vivendo. Por mais que você tenha ouvido falar do tal “amor de mãe”, é só quando ele te assusta pelo tamanho que você realmente o compreende. E, como um seresteiro apaixonado debaixo da janela, desata a fazer declarações de amor ao seu filho. “Eu te amo.” Acho que se alguém nunca disse isso na vida, ou costuma se constranger ao falar frase tão batida, parou pelo menos no “eu t...” por puro impulso provocado por um pequeno. É muito bom falar “eu te amo”.

Pra quem fala e pra quem ouve. Já falei milhões de vezes nesses 14 anos. Nossos filhos aprenderam conosco a falar e também vão muito bem nas três palavrinhas, mas sei que só entenderão realmente o que estamos dizendo quando sentirem a quentura das mãozinhas dos seus. Amor de pai e mãe tem em sua essência a via única, a felicidade com o bem do outro, o querer que o outro tenha o que houver de mais precioso sem que necessariamente tenha que dividir comigo. São os filhos que nos dão o real sentido do amor. Ele transborda em nós e nos faz falar sobre ele a toda hora. Mas a delícia das palavrinhas acaba nos fazendo até abusar da sua preciosidade. “Beijo, te amo, tchau.” Se não tomamos cuidado, acabamos colocando o “eu te amo” na prateleira do “boa noite”, “tchau” e companhia. Não que todos não venham recheados de amor, mas, apesar de ser muito bom falar o “eu te amo”, para que seja ouvido, ele não pode virar figurinha fácil do mercado. Como tudo na vida, quando é demais, ou enjoa ou não é mais percebido. Fazemos parte de uma geração de pais deslumbrados com a paternidade. Tivemos filhos mais velhos e, na maioria das vezes, por escolha. Mas sinto que precisamos ter cuidado pra não onerar nossos pequenos com tanto amor. Mesmo assim, vou derramando numerosos “eu te amos” por aqui. Crio até algumas variantes pra incrementar: “Sou tão feliz por ser sua mãe!” Ou: “Quando eu brincava de boneca, não podia imaginar que ia ter filhos tão legais”. Mas bem sei que palavras não são exatas declarações de amor. Declaração de amor é quando eles percebem a minha brilhante felicidade na companhia deles, minha alegria com a sua felicidade. Declaração de amor é um momento, uma risada, um olhar que seja, que nos inunda de cumplicidade. Aí pode vir o silêncio, que tudo estará dito.
Eu te amo.

segunda-feira, setembro 12, 2011

Nosso primeiro mês!


Hoje, dia 8 de setembro, faz um mês que o Vitor nasceu. O presente mais lindo que Deus podia me dar na vida. De lá prá cá, tudo mudou. Meu sono agora é o mais leve do mundo, não tenho mais hora para nada (só a certeza que a cada 3 horas é o tempo da mamada), durmo quando ele dorme, como quando ele não tá precisando dos meus cuidados e tomo banho com um olho no sabonete e outro no carrinho. E sabe o que é mais engraçado? Tudo isso é maravilhoso. A cada dia nós nos conhecemos mais, aprendemos um com o outro, nos reconhecemos um no outro...e criamos um laço que só quem já passou por isso sabe explicar. É mágico!

Ter um filho mexe muito com a vida da gente. Nos faz refletir mais sobre as decisões, ter mais paciência (ou melhor, muita paciência) e amar de um jeito inexplicável. A rotina da troca de fraldas, das mamadas, do banho, das cólicas (ai as cólicas...), da tradução dos choros...tudo isso é sim cansativo, não tem como negar. Mas sentir o calor do meu filho no meu peito, a calma que ele fica com o meu toque e o olhinho dele dentro do meu, não tem preço e faz todo o cansaço passar.

Eu não me canso de olhar, de cheirar, de beijar, de mimar. É muito especial tudo isso. E muito louco. Me sinto uma leoa, sabe? Uma leoa que vive zelando pelo seu filhote e que quer manter tudo que há de perigoso bem longe dele. Eu já sinto saudade dos primeiros dias e já me imagino a alguns anos, sentindo saudade do nosso primeiro mês.

segunda-feira, agosto 29, 2011

O dia do parto


Segunda-feira, 8 de agosto de 2011. 22h29min. Uma noite chuvosa, não muito fria. Este foi o dia mais importante da minha vida.

A espera pelo grande dia era imensa, parecia que nunca ia chegar. Até que acordamos, nos olhamos, e falamos: É HOJE! Estávamos loucos para ver a carinha do nosso Vitor, ouvir o chorinho dele, sentir o cheirinho... As malas já estavam arrumadas há meses. A casa toda organizada para podermos sair tranquilos. Depois do almoço, a mamãe foi para o salão arrumar o cabelo e o papai foi para a academia, pra ficar mais forte para a noite que se aproximava. Sim, precisávamos espairecer. E assim tentamos fazer.

De volta pra casa, o relógio marcava 17h...e nada do tempo passar. Sentados na sala, com uma ansiedade enorme, conversávamos sobre bobagens. Até que 19h30 chegou e saímos de casa, rumo ao Hospital Divina Providência.

E ficamos lá, junto com meu pai e com a mãe do Rafa esperando o tempo passar mais um pouco. Quando cheguei na sala de espera da maternidade e vi os bebês recém nascidos pela janelinha, não segurei o choro. Sim, o nervosismo aumentou naquele momento. Daqui alguns minutos o meu filho que estaria ali e todo mundo estaria olhando pra ele.

Até que lá pelas 21h30, me chamaram. Nesse momento eu já suava frio e nem raciocinava muito bem. Sala de preparação, verificação de pressão, depilação, acesso na mão...tudo estava sendo arrumado para a hora H. No meio desse nervosismo todo, o Rafa entrou na sala para acalmar um pouco o choro que estava engasgado. E acalmou.

Então, chegou 22h. E me levaram para aquela sala iluminada, cheia de técnicas de enfermagem abrindo os instrumentos e um montão de adesivos colados no meu peito. A temida anestesia nem doeu tanto e logo eu não sentia mais minhas pernas. Confesso que quando deitei, olhei pro teto e respirei fundo, me deu uma vontade de sair correndo. Naquele instante eu mudei minha vida. Pensei comigo: sou corajosa e tudo vai dar certo. Meu filho vai nascer lindo e saudável. E eu não vou ter medo de nada. Nisso, eu que achava que a minha médica estava apenas conversando comigo, ela já cortava a minha barriga. E chamaram o papai porque o pequeninho estava chegando.

“É cabeludo, eu tô vendo a cabecinha dele”. Quando a médica disse isso, meu coração mais do que disparou. E o Rafa falou com o sorriso mais lindo do mundo estampado no rosto: “Grazi, o nosso Vitão nasceu! Ele é lindo!” E eu desabei chorando de tanta felicidade. Só de lembrar já dá vontade de chorar de novo. E então me mostraram o meu anjinho, ainda sujinho, mas com uma carinha linda! Um trovão muito alto estremeceu todo o hospital. Tenho certeza que foi Deus que fez questão de nos mostrar que ele estava bem acordado, nos mandando o maior anjo de nossas vidas.

O chorinho dele ecoou nos corredores. Brabo, queria arrancar os cabelos. E ele só se acalmou no momento que encostou no meu peito e sentiu meu calor. Meu Deus, que momento mágico. Daquele instante em diante, nada mais tem tanta importância pra mim do que ter meu filho comigo. E assim está sendo desde o dia 8 de agosto. Meus dias são totalmente dedicados para o Vitor. Minha vida é pensada em função da dele. E o meu coração é ainda mais recheado de amor, felicidade, cuidado e muito carinho. E recém passaram-se 21 dias.

domingo, agosto 07, 2011

É amanhã!

Por incrível que pareça, a ficha ainda não caiu totalmente. Mas a véspera do nascimento do Vitor, enfim, chegou. Ansiedade, curiosidade, nervosismo...tudo isso e muito mais toma conta do corpo da mamãe e do papai hoje.

Estamos loucos para ver o rostinho, as bochechas, os pezinhos, as mãozinhas...tudo!! Meu Deus, que sensação louca! A partir de amanhã, tudo vai mudar nas nossas vidas. Mesmo já amando tanto o nosso filho, tenho certeza que esse sentimento aumentará muuuuuito mais quando escutarmos aquele chorinho, quando olharmos pra carinha!

E eu já tô com saudade dessa barriga linda, dessas mexidas gostosas e desses 9 meses que passaram no tempo certo, do melhor jeito. Que Deus continue abençoando esse anjinho que não incomodou nada e que ele venha com muita saúde, paz, amor e nos traga ainda mais felicidade.

Hoje é a última noite grávida. É a última noite que dormiremos só nós 2 em casa. É a última noite que nossas vidas vão viver como um casal. Porque amanhã, será a nossa primeira noite com o nosso filho nos braços e com a nossa família formada. Eu ainda não acredito, é impressionante, é tudo muito louco.

terça-feira, agosto 02, 2011

Fé em Deus e em todos os santos



Religião pra mim sempre foi sinônimo de fé. E alguns podem achar estranho esse comentário, julgando ser até meio óbvio. Mas eu não me atenho em acreditar ou só na Igreja, ou então apenas no Espiritismo ou ainda só na Umbanda. Cada um tem seu lado bom, desperta um interesse diferente e tem suas crenças. E é em cima de cada uma das minhas “fés” que resolvi pensar e rezar para o meu filho que está chegando nesse mundo de cá.

O Cara lá de cima que coordena tudo. É Ele que olha por cima de todos e que nos enche de esperança, de amor, de alegria e de boas energias. Eu peço que Deus esteja sempre olhando para o meu pequeno, com o seu instinto de pai de todos.

Para alguns é a Iemanjá. Para outros, é a Nossa Senhora dos Navegantes. E pra mim, é a minha amada mãezinha. Além de estar ao meu lado no dia mais importante da minha vida, peço que ela cubra o Vitor com o seu manto sagrado e leve para o fundo do mar o que não for pra ser dele, tirando qualquer tipo de olho grande ou de perturbação.

O nosso Jorginho, que nos abençoou e nos deu a felicidade de sermos pais. Que São Jorge – ou para os que preferem, o Pai Ogum – em cima de seu cavalo branco, guie nosso filho para o caminho da vitória. Que com a sua espada, ele tire os piores obstáculos da sua frente e contribua para um futuro iluminado.

Que a doçura da mamãe Oxum e a calmaria de suas águas faça o nosso pequeno ter cautela em suas decisões e que nunca lhe falte ouro.

Ao meu querido Santo Antônio, que ele carregue em seu colo o nosso Vitor e ilumine todos os caminhos, onde quer que ele esteja.

À mãe dos ventos e dos temporais, pedimos que leve para bem longe o que não for do seu bom grado. E deixe o nosso filho protegido, estando ou não ao nosso lado.

Que o pai Xangô não deixe que nenhuma injustiça seja feita e que só tenham vez em sua vida pessoas fiéis e com boas intenções.

Deixei por último – mas não menos importante – o seu Anjinho da Guarda, que o acompanha desde que ele foi gerado e que assim seja durante toda a sua vida. Que ele esteja sempre ao seu lado, de braços dados e olhos bem abertos.

Uma benção de Deus chega para nós daqui poucos dias e sabemos que ele já é o nosso anjo, que veio para nos encher ainda mais de amor, de esperança, de coragem, de fé e de boas energias. Seja bem vindo nosso vencedor. Nós te amamos.

sábado, julho 30, 2011

Um sonho de avô


Chegando o Dia dos Pais e com as lojas todas enfeitadas para comemorar a data, me peguei pensando no que daria de presente para o meu pai. Esse ano, sem dúvida, ele vai ganhar o melhor presente: um neto. Nada que eu escolha, por mais simples ou requintado que seja, vai agradar mais do que ter o primeiro neto no colo. Dizem que ser avô é ser pai duas vezes né? Foi lembrando dessa frase que resolvi pensar sobre o papel de pai, de avô...e lembrei com muito carinho do meu amado "vô", que já partiu há muitos anos, mas que está sempre na minha memória e no meu coração. E nesse Dia dos Pais vou inverter o costume e quem vai pedir um presente para o meu pai sou eu: seja para o Vitor o que o vô João foi pra mim.

E o que afinal ele representou na minha vida?

As minhas mais distantes e doces lembranças da infância são ao lado dele. Olho as fotos de quando era bem pequena e me lembro quase que apenas dos momentos que ele estava presente. O assobio, o sorriso sincero, as mãos firmes, o carinho, o cuidado, o brilho nos olhos e o amor que ele tinha por mim, me fazem recordar de um grande avô.

Foi agarrada nas duas mãos dele que eu aprendi a caminhar. E talvez ele nem soube que além disso, também me mostrou o caminho de muitas coisas na vida. Me ensinou a respeitar as pessoas, a apreciar um domingo em família, a optar pelo diálogo ao invés da briga e também a relevar bobagens que não tem importância.

Foi com a segurança que ele me passava no tom da voz que eu aprendi a andar de bicicleta sem rodinhas. Lembro como se fosse ontem, é incrível. Ele dizia que me segurava e, como eu confiava nele com os olhos fechados, pedalei firme. Ao chegar ao final da reta, olhei pra trás e ele estava lá, aplaudindo a minha vitória e dizendo: tu conseguiu! Foi com essa mesma segurança que aprendi a confiar nas minhas escolhas, a tomar minhas decisões e a encarar a vida de adulta.

Foi com o meu avô que pequenos atos marcaram a sua presença na minha vida. Lembro quando fazia, junto com o meu pai, o "traguinho" na preparação do churras de domingo. Quando meus pais foram para o hospital ganhar o meu irmão, foi ele que me pegou no portão e me colocou pra dormir de novo. E ao me acordar, veio cheio de luz com a notícia que o meu maninho já tinha nascido e que iríamos conhecê-lo naquela hora.

♪ Ai bota aqui, ai bota ali o seu pezinho, o seu pezinho bem juntinho com o meu... ♪ é uma das músicas que rolava nas caixas de som da casa dele e, que quando tocava, dançávamos juntos.

Eu e o meu avô nos entendíamos. Só com um olhar, o outro sabia que tamanho sentimento era recíproco. Arrisco afirmar que por pensamento, nos falávamos. Era uma ligação forte demais. E quando penso ou me lembro disso, o coração dispara e, sem conseguir segurar, os olhos se enchem de lágrimas. Hoje ele é um anjo que olha pra mim lá de cima e me cobre de luz.

Comecei esse texto com a intenção de escrever para o meu pai e acabei falando mesmo é do pai dele. Acho que é porque quero tanto que o Vitor tenha do meu pai as boas lembranças que eu tenho do pai do meu pai.

Um avô é puro carinho, é felicidade, é pra mimar e, claro, para educar. Mas "deseducar" também faz parte do papel dele, não tem como negar. Então meu pai, cobre teu neto com tudo isso e muito mais. Eu sei que não preciso pedir, porque quando te contei que estava grávida, o primeiro e único pedido que eu te fiz foi: eu só quero que tu tente ser para o meu filho, o avô que eu tive a benção de ter.

Feliz Dia dos Pais meu velho pai. Parabéns vovô! Teu primeiro neto está a poucos dias de nos mostrar o seu rosto, a sua energia, o seu brilho, a sua luz e tudo de bom que ele trará para as nossas vidas. Pode "roubar" ele da gente, pode curtir um dia só tu e ele. Pode fazer o que tu sempre sonhou. Ele é teu também. E será para sempre, assim como o meu vô foi e é prá gente.

sábado, julho 23, 2011

Uma doce lembrança de quando éramos nós dois



Faltando uma semana para o nascimento do Vitor, momentos de reflexão são freqüentes na cabeça. Lembranças de momentos quando éramos nós dois, quando o compromisso era de acordo com nossas vontades e nossos horários.

Ao longo destes 4 anos e meio vivemos uma infinidade de bons momentos. Foram festas e conversas na beira da praia de madrugada, no sofá da sala, nos bancos dos parques. Foram muitos planos realizados e também muitos improvisos de almoços e jantares. Papo furado, bebedeiras com responsabilidade e viagens porque queríamos conhecer outros ares.

Curtimos cada dia deste doce tempo que ficará prá sempre guardado na nossa memória. Graças a tudo isso que vivemos que decidimos mudar um pouco a nossa trajetória. O Vitor sempre foi parte dos nossos planos, mas a impressão era que ia demorar anos. Ainda há pouco imaginávamos como seria quando fossemos morar juntos. E antes disso ainda, já falávamos como seria quando chegasse o grande dia de decidir ter um filho. Foi uma decisão pensada, planejada e desde o princípio, muito amada. O tempo passou e a hora chegou.

E então resolvemos dividir a nossa vontade com a do Cara lá de cima, que não perdeu tempo e mandou ele no mês seguinte. Mesmo com o exame positivo nas mãos e a confirmação que eu já esperava o nosso Vitão, nosso dia a dia quase não mudou. Não levamos nenhum susto e não brigamos nem por um segundo. A barriga foi crescendo, os meses foram avançando e agora estamos a uma semana do grande dia. No próximo domingo estaremos com o Vitor nos braços, do lado de cá, nesse mundão. Esse será nosso último final de semana a dois em casa, no carro, no parque, no sofá...e na vida. Depois desse, nenhum que virá será parecido. E estamos muito felizes com isso. Não vemos a hora de olhar e descobrir como é o seu rostinho, se vai ser gordinho, como será que vai ser o chorinho.

Um novo caminho está começando junto com a nossa família. O que trilhamos até agora ficará pra sempre na nossa memória. A expectativa agora é outra, as preocupações vão aumentar, mas junto com isso, ainda mais amor vamos criar, dividir e dar.

Ser mãe

Recebi esse texto de uma colega querida da CDL e gostei tanto, que resolvi postar. Falta só uma semana pro meu pequeno chegar e ler este texto me deixou ainda mais feliz por tanta coisa boa que virá.

É UM TEXTO LINDO, TANTO PARA AS QUE NUNCA PENSARAM EM TER, QUANTO PARA AS QUE JÁ TÊM E PARA AS QUE ESTÃO PENSANDO EM TER FILHOS...

Nós estamos sentadas almoçando quando minha filha casualmente menciona que ela e seu marido estão pensando em 'começar uma família'.
'Nós estamos fazendo uma pesquisa', ela diz, meio de brincadeira. 'Você acha que eu deveria ter um bebê?'
'Vai mudar a sua vida', eu digo, cuidadosamente, mantendo meu tom neutro.
'Eu sei,' ela diz, 'nada de dormir até tarde nos finais de semana, nada de férias espontâneas.. .'
Mas não foi nada disso que eu quis dizer. Eu olho para a minha filha, tentando decidir o que dizer a ela. Eu quero que ela saiba o que ela nunca vai aprender no curso de casais grávidos. Eu quero lhe dizer que as feridas físicas de dar à luz irão se curar, mas que se tornar mãe deixará uma ferida emocional tão exposta que ela estará para sempre vulnerável.
Eu penso em alertá-la que ela nunca mais vai ler um jornal sem se perguntar 'E se tivesse sido o MEU filho?' Que cada acidente de avião, cada incêndio irá lhe assombrar. Que quando ela vir fotos de crianças morrendo de fome, ela se perguntará se algo poderia ser pior do que ver seu filho morrer.
Olho para suas unhas com a manicura impecável, seu terno estiloso e penso que não importa quão sofisticada ela seja, tornar-se mãe irá reduzi-la ao nível primitivo da ursa que protege seu filhote. Que um grito urgente de 'Mãe!' fará com que ela derrube um suflê na sua melhor roupa sem hesitar nem por um instante. Eu sinto que deveria avisá-la que não importa quantos anos ela investiu em sua carreira, ela será arrancada dos trilhos profissionais pela maternidade. Ela pode conseguir uma escolinha, mas um belo dia ela entrará numa importante reunião de negócios e pensará no cheiro do seu bebê.
Ela vai ter que usar cada milímetro de sua disciplina para evitar sair correndo para casa, apenas para ter certeza de que o seu bebê está bem.
Eu quero que a minha filha saiba que decisões do dia a dia não mais serão rotina. Que a decisão de um menino de 5 anos de ir ao banheiro masculino ao invés do feminino no McDonald's se tornará um enorme dilema. Que ali mesmo, em meio às bandejas barulhentas e crianças gritando, questões de independência e gênero serão pensadas contra a possibilidade de que um molestador de crianças possa estar observando no banheiro.
Não importa quão assertiva ela seja no escritório, ela se questionará constantemente como mãe.
Olhando para minha atraente filha, eu quero assegurá-la de que o peso da gravidez ela perderá eventualmente, mas que ela jamais se sentirá a mesma sobre si mesma. Que a vida dela, hoje tão importante, será de menor valor quando ela tiver um filho. Que ela a daria num segundo para salvar sua cria, mas que ela também começará a desejar por mais anos de vida -- não para realizar seus próprios sonhos, mas para ver seus filhos realizarem os deles.
Eu quero que ela saiba que a cicatriz de uma cesárea ou estrias se tornarão medalhas de honra.
O relacionamento de minha filha com seu marido irá mudar, mas não da forma como ela pensa. Eu queria que ela entendesse o quanto mais se pode amar um homem que tem cuidado ao passar pomadinhas num bebê ou que nunca hesita em brincar com seu filho.
Eu acho que ela deveria saber que ela se apaixonará por ele novamente por razões que hoje ela acharia nada românticas.
Eu gostaria que minha filha pudesse perceber a conexão que ela sentirá com as mulheres que através da história tentaram acabar com as guerras, o preconceito e com os motoristas bêbados. Eu espero que ela possa entender porque eu posso pensar racionalmente sobre a maioria das coisas, mas que eu me torno temporariamente insana quando eu discuto a ameaça da guerra nuclear para o futuro de meus filhos.
Eu quero descrever para minha filha a enorme emoção de ver seu filho aprender a andar de bicicleta.
Eu quero mostrar a ela a gargalhada gostosa de um bebê que está tocando o pelo macio de um cachorro ou gato pela primeira vez. Eu quero que ela prove a alegria que é tão real que chega a doer. O olhar de estranheza da minha filha me faz perceber que tenho lágrimas nos olhos.
'Você jamais se arrependerá', digo finalmente.

segunda-feira, julho 04, 2011

É feito um filme...


O início é uma surpresa, onde tudo pode acontecer. Nossa mente viaja, nosso coração acelera e o que virá adiante, toma conta do nosso imaginário. Mas assim como escolhemos o gênero de um filme, também optamos pelo nosso gosto da vida real e decidimos misturar tudo, com uma certeza apenas: de um final feliz.

Não nos importa pensarmos que, a partir de agora, não seremos mais protagonistas e que passaremos a ser coadjuvantes, com todos os holofotes virados para o nosso ator principal. Ensinaremos a ele os truques e alguns atalhos da vida e investiremos para ele fazer as melhores escolhas.

Vamos estar sempre na primeira fila, assistindo de camarote a vitoriosa trajetória da sua vida. Será uma única e inédita história, escrita com muito amor, carinho, dedicação, alegria, companheirismo, amizade, cumplicidade e paixão.

Planejamos cada passo, sonhamos com cada cenário, mas com certeza muita coisa vai nos surpreender nesse imenso roteiro. Estamos tranqüilos, pois teu futuro a Deus pertence. Nos nossos sonhos, ele apareceu e cochicou prá gente: acreditem, ele vence!

quinta-feira, junho 16, 2011

O mágico mundo da espera



Sim, é pura magia. É uma ansiedade misturada com curiosidade. É uma pitada de angústia pelo medo da dor e um imenso amor. É imaginar se vamos conseguir dar conta de tudo e ao mesmo tempo querer poder dar a ele o mundo. É vibrar com cada centímetro que a barriga cresce. É gostar, sim, gostar, de engordar. É não se importar muito quando dá falta de ar. Esperar é um eterno trabalho de respirar e de suspirar. É se preocupar com o amanhã e ao mesmo tempo vibrar com tantos sonhos que estão a chegar. É o doce trabalho de colocar as roupinhas do pequeno no tanque para lavar e comemorar quando secar, pra poder continuar a babar em cima de cada uma. É organizar infinitas vezes a cômoda onde estão os “tocos” de roupas pro meu toco de gente. E depois desorganizar de novo, só para poder ter uma desculpa e arrumar.

A casa já tem um cheirinho diferente. Já tem uma cor mais vibrante. Uma energia que renova. O sorriso é muito mais sincero e sai sozinho, indo até as orelhas. O sabonete, o talco, as fraldas, o shampoo e o hidratante já estão a postos. A malinha do hospital, recheada que chega a dar gosto. Claro, com tudo isso vem um “pouco” de bagunça, afinal, a família aumentou. Com o Vitor, vem esse mundo de felicidade e um montão de fraldas também. Ah, e o que que tem? A casa nunca mais será a mesma. E nem a nossa vida. Tudo será melhor, terá mais graça.

Falta pouco mais de um mês para o nosso pequeno pular pro lado de cá. E só de imaginar, dá até uma saudade de ver a barriga sozinha pular, dos chutes que ele me dá e das conversas que temos no carro, no chuveiro e no sossego do nosso lar. É uma delícia. É feito magia.

terça-feira, maio 10, 2011

Uma espera maravilhosa

Carregar um bebê é uma coisa muito louca. Mistura sensações e dá um frio na barriga. 26 semanas que tenho um companheiro de aventuras, que divide comigo todos os momentos desde o dia 20 de novembro. Ele ainda era uma sementinha e tenho certeza que desde lá sentia cada sentimento meu.

Depois que o Vitor começou a interagir, a mexer, a responder nossos estímulos e nossos papos com a barriga, meu mundo ficou ainda mais mágico. Ele sabe que a mamãe tá trabalhando feito doida e por isso não incomoda. Não me fez fraquejar em nenhum momento, justamente nos que eu mais precisava de disposição. Ele não deixou eu sentir um enjôo, talvez por saber o quanto foi desejado e o quanto está sendo amado. Não incomodou o papai com desejos loucos e nem com sustos no meio da noite. Pelo contrário, se assanha todo quando escuta a voz dele de longe e parece vibrar quando ele chega pertinho.

Sim, o Vitor é o nosso anjinho. Me fez acordar no último domingo com uma sensação que tenho ainda mais razão para viver. Foi o meu primeiro Dia das Mães. A emoção de ser mãe acredito que seja ainda muito maior do que estar grávida, mas tudo começa com essa barriguinha crescendo. A gente se sente linda, cheia de luz, de energia e de vontade de vencer na vida. Pensamos duas vezes antes de qualquer coisa, tomamos decisões mais cautelosas e não nos arriscamos como antes. Acho que o instinto de mãe é por aí, e não é papo furado.

Cada dia que passa é especial, é diferente e me traz novas alegrias. Falta poucos mais de 2 meses para eu pegar meu pequeno no colo, morder o pezinho, amassar a bochecha, aprender a trocar fraldas, dar banho, mimar, educar, ensinar...ufa! Será um grande e novo desafio, mas que eu conto os dias para chegar.

quinta-feira, março 24, 2011

V-I-T-O-R

A mamãe estava aqui pensando no teu nome e em quanta alegria a tua chegada vai trazer para as nossas vidas.

Quando parei para ver o que cada letra pode significar, tanto prá ti quanto pra nós, só me veio palavras lindas na cabeça.

V de Vencedor, vitorioso. Vem pra conquistar o teu lugar, pra lutar pelos teus sonhos e nos orgulhar com as tuas escolhas. V de Vida. Vida nova que tu nos trouxe desde quando descobrimos que tu já existia, ainda pequeninho dentro da barriga da mamãe. Vida feliz, vida com ainda mais graça e vida com muito amor é como está a nossa agora.

I de identidade, de invencível, de inúmeras vezes que falamos em ti, quando tu ainda não pensava em existir. Tu já tinha nome e ainda nem existia. Já nos ganhou sem ao menos vermos o teu rosto, teu sorriso e tuas manias. Imaginamos inúmeras vezes como tu será. Há muitos anos, em muitos momentos, sempre felizes e sonhadores. Impossível não acordar de bom humor, de não agradecer a Deus por tanta benção e de planejar o futuro sem o teu nome.

T de tinhoso, que temos certeza que tu será. De tesão que sentimos só de te imaginar. T de talento que Deus vai te dar. E de travessuras, que todos nós vamos tentar te educar. Tu não tem noção de quanto amor que já há.

O de orgulho. Tua vinda para nossas vidas será para nos encher de orgulho, pelo teu jeito de ser e pela luz que trará contigo ao nascer. Tu já é a nossa razão de viver, o motivo pelo qual buscamos sempre vencer.

R de risadas e também de recordações. Teu primeiro sorriso nos trará força, nos ensinará a ser pais e contigo dividir nossos melhores sonhos. De recordações de uma gravidez bem desejada, planejada e desde sempre, muito amada. Tu ainda nem nasceu e já sei que cada dia será especial, que guardaremos na lembrança cada dia da tua infância até tu crescer tanto e pegar algo que a mamãe não alcança.

Meu guri, meu filho, meu amor. É muito bom te ter comigo, zelar pelo teu caminho, pela tua saúde e vibrar quando posso te sentir mexer. Tu é o sonho do papai e da mamãe que, como outros que sonhamos, virou uma grande realidade. Vem meu pequeninho, vem nos encher ainda mais de amor. Vem nos encantar a cada dia, vem encher a vida de todo mundo de muita alegria!

terça-feira, março 08, 2011

Menina-mulher


Há pouco tempo ainda me via como uma menina. Uma recém adulta tentando entender a vida e os novos desafios que teria para enfrentar. Sempre sonhei em ser independente financeiramente, ter minha profissão, meu talento reconhecido e também de encontrar um homem ideal que me rendesse um belo marido e ter filhos lindos.

Olho para trás e vejo uma menina mulher moleca que me orgulho de ser. Uma menina que sempre sonhou com um futuro lindo. Que foi atrás do sonho da faculdade. De morar sozinha. De curtir cada instante da vida. E então olho pro hoje e vejo que um novo amanhã está chegando. As novidades já estão comigo. E parte do meu mundo está aqui, bem atrás do meu umbigo.

Se tornar mulher é mágico. Dividir uma casa é bacana. Mas melhor ainda é construir um lar. Um castelo, como me ensinou meu pai. De ter nosso canto, com nossas energias, nossas alegrias. Nossa fortaleza. É dividir muito mais que contas. É dividir novas sensações, curtir novas emoções. É passar uma tarde juntos no sofá, juntos na faxina, juntos na rotina. É viver uma história. É construir uma família.

E agora, essa menina que já é mulher tá ansiosa, e confesso, um pouco nervosa, talvez medrosa. Um bebezinho vem por aqui. Do jeitinho que Deus mandar. Penso sempre: oh meu Deus, será que vou conseguir me virar? E no mesmo instante vem a resposta: e o que até hoje, eu não foi feliz por acreditar? Eu acredito que esta grande mulher será uma grande mãe. E que se tornará, com isso, outra nova mulher. Cada vez mais e mais realizada.

quarta-feira, janeiro 19, 2011

Uma sensação inexplicável


Só eu sei o quanto sonhava para esse dia chegar. Só eu sei quantas vezes me imaginei nessa situação. E só eu sei a sensação que eu tive quando descobri que vou ser mãe. Foi o susto mais feliz da minha vida. Foi o sorriso mais lindo que eu já dei nestes 26 anos. Foi a batida do coração mais disparada. Foi uma alegria que eu não consigo descrever.

Não posso negar que foi um choque. Mesmo querendo e esperando por esse dia, a notícia que o exame deu positivo dá um baque na gente. Meu Deus! Eu vou ter um filho! Menino ou menina, não importa. Mas eu vou ter um bebê! Minha vida nunca mais será igual, minha barriga já não é mais retinha – e eu não tô nem aí prá isso -, minha casa vai ficar com cheirinho de nenê e minhas noites e dias serão recheados de ainda mais felicidade.

Eu me olho no espelho e já me vejo diferente. Meu rosto mudou. Meu corpo mudou. Meu sorriso mudou. Meu humor mudou. Tudo para melhor. Eu tô ainda mais bonita, mais radiante, mais alegre. Eu tô sentindo uma coisa tão boa, mas tão boa, que só agora entendo a felicidade que dizem que é ser mãe. E isso que eu nem ouvi o coraçãozinho do meu pequeninho batendo.

Quem será que está aqui? Será o Vitor? Ou será a Julia? Será que vai ser gordinho ou mais magrinho? Que vai ser mais ou menos pretinho? Que vai ser grandão ou bem pequenininho? Cabeludo ou carequinha? Genioso igual ao pai? Teimoso feito a mãe? Será que vai ser chorão? Quantas dúvidas boas! Que eu faço questão de esperar e curtir todos estes próximos meses que vêm por aí. Cheia de disposição. Do lado do meu maridão. Com um barrigão. E amor de sobra.

Vem meu amor. Vem com saúde. Vem para encher ainda mais nossas vidas de alegria. Vem que a mamãe e o papai estão de braços abertos te esperando. Que as bisas, o vovô e as vovós ainda nem sabem e mesmo assim já te amam. Vem do teu jeitinho. Vem devagarinho. Curte a barriga da mamãe. Pega tudo de bom que tem aí nesse quentinho pra chegar aqui fora cheio de saúde e bem fortão. Estamos te esperando. Vem com tudo!