Aquela velha história de que ser
mãe é uma profissão, é a mais pura verdade. Mas no meu caso, não bastaria. Alguns
meses depois que o Vitor nasceu, eu precisava voltar a minha antiga e louca
paixão de escrever, de ler, de interagir com os meios e de pensar em formas de
comunicação. Há quase 9 meses ele veio ao mundo. E há quase 5, eu voltei a
trabalhar. Desde então, convivo com letras e mamadeiras. Com inspiração em casa
e no trabalho.
Penso em quais maneiras vou me
dirigir ao público interno da organização na qual trabalho. E também como me
fazer entender e conseguir me comunicar com meu filhote. Ah, e claro, em criar
pautas para os veículos. A chegada do frio gera uma baita mídia espontânea para
a imprensa. E também uma preocupação de mãe se o filho está bem agasalhado.
O Dia das Mães é a segunda melhor
data no ano para o varejo. E chove jornalistas querendo informações do comércio
e a opinião dos lojistas. Na mesma vibe, meu coração se derrete ao pensar que
este será o meu primeiro Dia das Mães com o meu pimpolho.
É um mundo maluco. E apaixonante.
Assessora de imprensa tem que estar pronta 24 horas, 7 dias por semana. Alguma
semelhança não é mera coincidência. Mãe também tem turno mais do que integral.
E quando algum colega jornalista liga, lá pelas 21h, querendo marcar uma
entrevista para o outro dia, às 9h? Às 21h é a hora de preparar a mamadeira e
colocar o Vitor para dormir. Mas e aí? Meu celular faz parte do mailing dos veículos
e isso faz parte da profissão. O que fazer nessa hora? Com uma mão, preparar a
mamadeira, com a outra, dar um colinho pro meu filho que está chorando porque
tá com fome e sono e, no ombro, apoiar o celular para dar atenção ao pedido de
entrevista. Sim, para o espanto de alguns homens, é possível fazer tudo ao
mesmo tempo. E deixar todos satisfeitos, com seus desejos atendidos. Não tô
dizendo que é fácil, mas aí que entra a parte de ser uma boa mãe e uma boa profissional.
E também a modéstia, claro.
Ser mãe e jornalista são duas das
muitas profissões que uma mulher pode ter. Isso que aqui, nesse texto, nem
entrei no mérito de cuidar da casa, de si e do marido. Mas quer saber? Não
quero outra vida não, nem em sonho. Porque aqui, na minha realidade, tá
transbordando felicidade.